PEDRO, TU ME AMAS?


Fonte:  levi antonio amancio em 10 fevereiro 2012 às 8:09 (http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blogs/atos-dos-ap-stolos-a-miss-o-de-pedro)

Atos dos Apóstolos – A Missão de Pedro

“Também eu te digo que és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. (Mt., 16:18)
Simão Pedro, filho de Jonas, foi um dos mais destacados apóstolos de Jesus Cristo e um dos mais alvejados pelos seus inimigos, encarnados e desencarnados. 
Sua vida missionária, iniciada às margens do Lago de Tiberíades, quando o Mestre o convocou para abandonar a carreira de pescador de peixes, para se transformar no pescador de homens, teve o seu epílogo não se sabe onde nem como: se crucificado, decapitado, Lapidado ou estrangulado.



Enquanto a tradição de uma das religiões cristãs sustenta que ele foi crucificado de cabeça para baixo, na cidade de Roma, um dos mais renomados doutores dessa mesma Igreja – o bispo Strossmayer – afirmou em inflamado discurso pronunciado no ano de 1870, naquela mesma cidade, que Pedro jamais esteve em Roma e que tudo o que se tem afirmado nesse sentido não passa de suposições inverídicas, invocando, para melhor corroborar a sua assertiva, o testemunho do célebre historiador Scaligero, quando proclamou que “o episcopado de São Pedro e sua residência em Roma devem se classificar no número de lendas ridículas”.
O velho apóstolo, a despeito de alguns compreensíveis momentos de vacilação, principalmente no episódio da negação do Cristo, foi um elemento de projeção no Messiado de Jesus e foi o companheiro inseparável do apóstolo Tiago e João, nos momentos mais importantes da vida terrena do Mestre, principalmente quando ele desejava propiciar ensinamentos de maior envergadura, tais como a transfiguração do Tabor e a oração extrema no Horto das Oliveiras.
Afirma Mateus em seu Evangelho (16:17-18) que após ter Pedro identificado ser o Cristo, o filho de Deus vivo, o Mestre, dirigindo-se a ele, disse: “Bem aventurado és Simão Barjonas, porque não foi a carne sem o sangue quem to revelou, mas meu Pai que estás nos Céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra fundamentarei a minha igreja, e as portas do Hades não prevalecerão contra ela”.
Foi com base nesse capítulo do Novo Testamento que uma das religiões milenares deliberou conceder ao antigo e humilde Pescador do Tiberíades, um título nobiliárquico e a promoção da chefe de uma igreja.
Os primitivos doutores do Cristianismo afirmavam que a igreja estava edificada sobre a rocha da fé de Pedro (super Petram) e não sobre Pedro (super Petrum).
O grande S. Agostinho, bispo de Hipna e sábio doutor da igreja, discorrendo sobre essa questão, em seu Tratado 124, afirmou: “Sobre esta rocha ou pedra que me confessaste, que reconheceste, dizendo: Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo, alicerçarei a minha igreja sobre mim mesmo, pois sou o Filho de Deus vivo. Edificarei sobre mim mesmo e não sobre ti”, acrescentando ainda: “Edificarei minha igreja sobre esta rocha, significa que é sobre a fé de Pedro”. Aliás essa opinião era generalizada no mundo cristão, no início da nossa era.
Quando Jesus afirmou: “Não foi a carne nem o sangue quem to revelou, mas meu Pai que estás nos Céus”, deu insofismável demonstração de estar Pedro servindo de instrumento de Espíritos superiores, a uma revelação de tamanha magnitude. Os arautos dos Céus revelaram, através da mediunidade de Simão Pedro, que ali estava o Cristo, o filho de Deus vivo, o Messias prometido. Foi sobre essa revelação espiritual – sobre o intercâmbio entre o Céu e a Terra, que o Mestre deliberou fundamentar a sua Doutrina.
Assim como outros apóstolos, Pedro era também de pouca letra. Após o Dia de Pentecostes, quando ocorreu o maior desenvolvimento coletivo dos médiuns na História, o velho pescador do Tiberíades passou a dissertar sobre os ensinamentos de Jesus, apesar das ameaças partidas de Anás, de Caifás, de João, de Alexandre e de outros da linhagem do sumo sacerdote. As narrativas evangélicas afirmam que Pedro falava cheio do Espírito Santo, isto é, mediunizado.
Quando da sua visita a Samaria Pedro foi procurado por Simão, o mago, um falso médium, que lhe propôs pagar a peso de ouro a transmissão do poder de receber o Espírito Santo – o primeiro ato de simonia ocorrido na História do Cristianismo. O velho apóstolo repeliu-o veemente, dizendo: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir por meio dele o dom de Deus. Não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, da tua maldade, e roga ao Senhor; talvez que te seja perdoado o intento do coração”.
Não encontramos nos Evangelhos qualquer comprovação de que Pedro desfrutasse de supremacia sobre os demais apóstolos, ou que Jesus lhe tivesse outorgado tal prerrogativa. Não nos consta também que os demais membros do apostolado reconhecessem em Pedro qualquer superioridade. Deduz-se do livro dos Atos dos Apóstolos, que Tiago Maior era o apóstolo que tinha ascendência sobre os demais.
No capítulo 8, versículo 4, desse mesmo livro deparamos com a afirmação de que, “ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a palavra de Deus, lhe enviaram Pedro e João”. Ora, se Pedro fosse realmente o chefe dos demais, ele enviaria outros e nunca seria o enviado. Pedro estava, portanto, sujeito a uma autoridade maior, por isso ele foi veemente criticado pela comunidade por ter ido à cidade de Cesaréia a fim de converter Cornélio, um centurião gentio.

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